Tuesday, December 22, 2009

Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Estimados leitores fieis, visitantes e apreciadores do Pensamentos de uma Preta Africana,

É com muito prazer que vos endereço os meus sinceros votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo! O Pensamentos de uma Preta Africana foi criado em Agosto de 2008, mas ele recebeu maior número de visitantes e comentários em 2009, embora tenha ficado estagnado, porque a sua Administradora Nyikiwa, teve que priorizar outras coisas.

Vai o meu sincero agradecimento a todas as pessoas que directa e indirectamente ajudaram a mim e o Pensamentos de uma Preta Africana a crescermos com as suas críticas e sugestões.

Para o ano procuraremos debater temas novos e que tocam a realidade Moçambicana, sem excluir temas transversais que toquem Moçambique e o mundo.

Obrigada e melhores cumprimentos,

Nyikiwa.

Sunday, August 23, 2009

Educação (escolarização) e Desenvolvimento

Neste artigo pretendo debruçar-me sobre a relação entre a educação no sentido escolarização e o desenvolvimento de um País. Muitas correntes de opinião advogam que para os países desenvolverem precisam indispensavelmente de ter população escolarizada.
Segundo Werthein (2003) ao analisar países bem-sucedidos, como a Irlanda, a Espanha e a Correia do Sul, que há 30 anos enfrentavam sérias dificuldades sócio- económicas, se nota que em comum são nações que fizeram o dever de casa, priorizando o ensino de qualidade de sua população. Como recompensa, são países que registram hoje alto nível educacional, crescimento económico, aumento da renda da população, maior volume de exportações e melhoria no nível do emprego, além de respeito internacional. Já alguns países como o Brasil e o Perú, que deixaram de promover as reformas educacionais na devida época, apareceram na pesquisa com resultados insatisfatórios e preocupantes. Este princípio é em nossa opinião verdadeiro, mas não aplicável a todos os contextos.
Cremos que o desenvolvimento é algo integrado e não se limita somente à educação. Até onde sabemos, os relatórios de desenvolvimento humano não focalizam sua atenção somente no factor educação (escolarização), mas combinam-no com outras áreas tais como: Estado, saúde, governação, democracia, entre outras.
Não encaramos a escolarização como algo mau, mas consideramos que seja necessário notarmos que a escolarização é fruto de um contexto específico, que foi transportado para os demais contextos e conseguiu se impor por diversas razões.
Os “Tigres Asiáticos” que são tidos como exemplo de desenvolvimento no seio dos países considerados de terceiro mundo, combinaram as suas lógicas locais de funcionamento com alguns princípios utilizados noutros contextos tais como: dedicação ao trabalho, auto-estima, entre outros.
A pessoa que não passou pelo processo de escolarização é vista como incapacitada de participar do processo de desenvolvimento, de lidar a novas tecnologias de comunição e informação, bem como interagir na aldeia global em que se transformou o nosso planeta.
A escola é tida como o lugar de excelência da educação e a única instituição que tem o mérito de educar, desconsiderando de certa forma as outras formas de educação. A noção de desenvolvimento é em si polissêmica. Para uns desenvolvimento é ter bons hospitais, há quem considere que é ter comida, um bom carro, etc…
Ouvi falar do episódio de uma senhora que veio a Moçambique para fazer o seu trabalho de campo com vista à obtenção do grau de doutoramento. Ela dirigiu-se a uma província e encontrou um pescador a quem fez um lote de questões. O pescador só respondia não às questões da doutoranda. Já cansada de tanto questionar, ela agradeceu e despediu-se.
O pescador interrompeu a marcha da senhora e foi tirou de cada vez um tipo de peixe que trazia no cesto. À medida que tirava cada peixe perguntava à senhora se sabia que tipo de peixe era aquele.
Depois dessa experiência, a doutoranda confessou que recebeu uma lição que jamais esquecerá. Todas as pessoas têm o seu conhecimento e atribuem significados diferentes e por vezes que coincidem à realidade circundante.

Saturday, July 11, 2009

A Importância da Orientação no Futuro dos Indivíduos (2)

Nutro um grande interesse pelos temas ligados à educação. Entenda-se educação, neste sentido, como o processo através do qual o indivíduo é inserido na Sociedade nas suas mais variadas formas e pelas diversas Instituições de Socialização. Por isso que neste artigo continuarei a debruçar-me sobre o assunto, mas de outra forma. Recorrerei a um fenómeno que tenho vindo a observar para abordar a necessidade de haver parceria entre a Escola e a Família na orientação do Indivíduo.

O que me motiva a escrever este artigo é o facto de vir observando um fenómeno que me inquieta: o facto de não haver, até onde sei intercâmbio entre as escolas sediadas nas Cidades e as escolas sediadas no “campo”. Esta questão me inquieta porque tanto as crianças que estudam e vivem na cidade, assim como as que estudam e vivem no “campo”, têm algo para ensinar umas as outras.
Na minha opinião, de vez em quando seria bom que as crianças fossem ao “campo” conhecer o País real para não consumirem passivamente as informações que são veiculadas acerca do seu País pela internet e pelos media.

Cresci sempre a pensar que viver na cidade era o apogeu da felicidade e da realização porque não tive essa oportunidade de ir conviver com crianças do “campo”. Quando houvesse visitas na escola era para ir ao Jardim Zoológico, ao Museu da Revolução, ao Museu de História Natural, entre outros locais considerados históricos.

Não pretendo encontrar culpados para esta ausência de intercâmbio e confraternização, porque tenho para mim que as diversas Instituições de Socialização são parte do processo, pois não é só responsabilidade da escola promover esse tipo de actividade.

A verdade é que a escola e a família que são as Instituições Primárias de Socialização não têm comunicado. Nos últimos tempos as crianças têm sido filhas dos empregados domésticos, que na maioria das vezes pouco se importam com os ensinamentos que ministram as crianças, ou por causa da sua incapacidade mal os orientam. Também é bem verdade que “não há regras sem excepção”, porque há empregados domésticos que têm amor pelas crianças e que as orientam devidamente.

A correria do dia-a-dia tem feito com que escola e pais não estejam a desempenhar cabalmente a sua função. Como reactivar esta parceria que a cada dia se afigura actual e pertinente, se quisermos ter adultos saudáveis, responsáveis e comprometidos com um País melhor para todos?

Thursday, July 9, 2009

Prémio Lemniscata




Antes de mais gostaria e agradecer o prémio que me foi concedido pelas minhas irmãs Vasikates. Na senda deste prémio, gostaria de presentear alguns blogs, nomeadamente:

• Ideias Subversivas de Júlio Mutisse, pelos temas ricos e profundos que aborda;
• Nero Kalashnikov de Alberto Nkutumula, pela viragem de temas abordados, tendo aberto caminho para que mais pessoas contribuíssem no seu blog, por mais que não sejam juristas;
Cartas a Moda Antiga de PC Mapengo, por nos fazer recuar ao tempo em que escrevíamos cartas, mas sobretudo por serem cartas que fazem-nos reflectir bastante;
Modaskavalu de Amosse Macamo, por ser o portal que analisa a música Moçambicana, não somente em termos de ritmo, mas também em termos de valor dos artistas;
• Vasikates de Moçambique de Ximbitane, Yndongah e Avid por incessantemente procurarem mostrar as virtudes e vicissitudes das mulheres, bem como por de alguma forma estarem a contribuir para desmistificar alguns estereótipos que ainda existem em torno das Vasikates;
Contrapeso 3.0 de Egídio Vaz, pela frontalidade, imparcialidade e coragem de penetrar nos mais densos meandros da Política, a que muitas pessoas se têm furtado;
Solta-te de Shirangano, pela coragem, frontalidade, clareza e profundidade que demonstra na abordagem dos temas.

Tuesday, June 30, 2009

A importância da Orientação no Futuro dos Indivíduos

Ainda na senda da problemática da educação, em conversa com alguém, acabei reflectindo sobre uma questão: por muito tempo pensei que a geração dos meus pais e dos meus avôs não escolarizou-se muito mais do que simplesmente aprender a ler e a escrever, porque não teve oportunidade.

Na verdade, as oportunidades são criadas em função das perspectivas de vida, ambições e horizontes. Já me explico. O facto é que “no tempo dos meus pais e avôs”, eles na maioria das vezes não tinham um guia ou uma orientação que os mostrasse a importância de prosseguirem com os seus estudos.
A escolarização que eles recebiam era orientada para fins específicos, tais como aprender a ler e escrever. Isto me faz lembrar um dos objectivos do Estado Novo de Salazar, segundo o qual, a educação visava ensinar ao indígena a ler, escrever e a ter noções elementares de aritmética, por forma a melhor servir ao colonialismo.
A questão de estudar mais ou menos tem muito a ver com as expectativas que cada indivíduo tem da sua vida, e as vezes até com as que a sociedade tem dos indivíduos enquanto homens ou mulheres. Por exemplo, no Sul de Moçambique, durante muito tempo, até mesmo actualmente, é possível identificar regiões em que homem é aquele que vai as minas, por isso não tem necessidade de estudar mais. As mulheres durante muito tempo, e até ao presente momento em algumas zonas do nosso País, têm sido preteridas no que concerne à escolarização, porque se acredita que elas apenas sirvam para cuidar das lides domésticas.

Na minha opinião, a conjuntura sócio-política e económica influencia nas condições de acesso à escola, à liberdade de expressão e associação, porém, o principal factor prende-se com a orientação que é dada aos indivíduos. Que ferramentas a família, a escola e as outras Instituições de Socialização concedem ao indivíduo para que ele enfrente a vida e o futuro?

Sunday, June 21, 2009

20 de Junho de 2009, na Pediatria do Hospital Geral da Machava





Caros,

É com enorme satisfação que escrevo este post. Gostaria de agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a materialização do projecto de promover um lanche e oferecer brinquedos as crianças internadas na pediatria do Hospital Geral da Machava.

Foi notória a alegria no rosto dos profissionais de saúde afectos à aquela instituição hospitalar, no rosto das crianças e de suas mães. Foi um momento ímpar e como tal indescritível. Há que realçar a presença e apoio do cantor Ta-Basily que mesmo incomodado e sem cobrar nenhum valor, emprestou a sua imagem, voz e carinho aos presentes.

Foi uma manhã maravilhosa!!!


Bem haja a todos!

Obrigada,

Nyikiwa, Yndongah e Ximbitane.

Wednesday, June 10, 2009

Meu Segundo Blog

Caros amigos, companheiros da blogosfera e simpatizantes do blog da Nyikiwa,

Tenho o prazer de convidar-vos a visitar o meu segundo blog, intitulado: "Usos e Costumes", no seguinte url: www. sabereslocais.blogspot.com

Cumprimentos,

Nyikiwa.

Thursday, June 4, 2009

Segunda fase da acção beneficente para crianças

No dia 30 de Maio do presente ano, procedemos à recolha de fundos para o projecto de ajuda as crianças de um orfanato. No sábado, dia 6 de Junho, estaremos novamente na Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) para recolher as contribuições das pessoas que não puderam fazê-lo aquando da primeira recolha.

Para os que conseguiram fazer chegar a contribuição no dia 30 de Maio, vão os nossos calorosos agradecimentos porque estarão a ajudar-nos a levar um bocado de alegria a essas crianças inocentes e maltratadas pela vida! Para os que ainda não puderam fazê-lo eis a oportunidade.

A Yndongah e eu estaremos na AEMO entre as 15 e 17 horas a fim de receber as vossas contribuições.

Por uma blogosfera mais interventiva e socialmente responsável!

Obrigada,

Nyikiwa.

Sunday, April 26, 2009

Oralidade e escrita, Saberes discordantes?

O presente artigo surge como continuidade do post anterior sobre Educação versus escolarização, mas desta feita pretendo levantar a questão de um outro jeito. Geralmente as pessoas quando são introduzidas ao contexto escolar levam consigo alguns saberes apreendidos mediante a sua socialização. Porém, quando chegam a escola são como que desarreigados dos seus conhecimentos e submetidos a uma nova ordem da qual o professor é o agente, uma vez que tudo por ele dito está correcto.

Algumas crianças aprendem a contar e a explicar coisas na sua língua materna, que pode não ser necessariamente a língua Portuguesa, mas chegadas a escola são terminantemente proibidas de expressar-se nas suas línguas maternas.

O ponto que pretendo levantar tem a ver com o facto de enaltecer-se os saberes da escrita em detrimento dos saberes orais. Sabe-se que África é um continente em que há grande predomínio da tradição oral, que tem estado a ser relegada para último plano. Como conferir muita primazia a escrita num País em que o grosso da população é não escolarizada? Não tenho algo contra a escolarização, porque até tive a oportunidade de passar por esse processo, mas acho que deve-se atribuir importância a uma grande fonte de saber, que é a oralidade. Concordo que por causa da globalização, que para mim é mais “englobalização” que tenhamos que abrir a porta para alguns processos, mas julgo que acima de tudo temos que saber fazer um casamento entre esses novos processos e os processos mais antigos.

Na minha opinião a oralidade e a escrita não devem ser dissociadas, mas vistas como duas faces do processo educativo.

Sunday, April 5, 2009

Educação versus Escolarização

O presente artigo surge após eu ter lido um artigo do PC Mapengo publicado no blogue do Júlio Mutisse intitulado: “um golo para fintar o destino”. O artigo em causa chamou-me atenção para o facto de muitas vezes confundir-se escolarização e educação.

A escolarização como o próprio nome já indica remete necessariamente para a escola e todos métodos lá utilizados, ao passo que a educação não remete única e necessariamente para a escola como o lugar de excelência, onde são inculcados os cânones sem os quais eles não são reconhecidos como membros de um certo grupo social.

Educar é muito mais que escolarizar, porque segundo o dicionário de língua portuguesa, educação signifca instrução e cortesia e não necessariamente escolarizar como se tem pensado, daí que no quotidiano é frequente ouvir a seguinte frase: “xiii…, fulano nem parece que estudou porque tem atitudes de uma pessoa grunha, guindza e baixa (inculta) ”. O que acontece é que a instrução e a cortesia no meu entender são apriores a escolarização, e como tal elas é que preparam as pessoas para o porvir.
A educação ocorre nas mais diversas instituições porque a escola não é o lugar soberano onde ensina-se ao homem a viver em sociedade, uma vez que a educação em termos gerais visa inserir o homem em sociedade, fazê-lo útil e reconhecido por ela. Os ritos de iniciação, as escolas de futebol, os clubes desportivos e outras instituições de socialização têm a tarefa de educar.

Mercê desse pensamento amplamente divulgado de que a escola é o garante da inserção do indivíduo na sociedade, assistimos à uma crescente azáfama de pessoas que lutam para ingressar no ensino superior no nosso País, porque julgam que somente escolarizadas é que podem ascender socialmente e alcançar reconhecimento por parte dos demais.

Friday, March 20, 2009

Proposta de encontro de bloguistas

Caros colegas da Blogosfera,

Gostaria de convidá-los a mais um encontro no dia 25 de Abril do corrente ano. Não somente estão convidadas as pessoas que já tem blogues, mas também aquelas que têm a criação de um blogue no prelo.

Estou a lançar o convite com um mês de antecedência para que nos possamos organizar. Desde já aguardo sugestões sobre local, hora e temas por discutir. Para os que estiveram presentes no nosso primeiro encontro, pensemos em formas de dinamizar os projectos de que falamos. Para os ausentes penso que podemos recapitular alguns temas abordados aquando do memorável 28 de Fevereiro.

Obrigada,
Nyikiwa.

Sunday, March 8, 2009

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e os Relacionamentos Afectivos

A moda dos SMS’s pegou em Moçambique. Envia-se os SMS’s sobre os mais diversos assuntos, até a procura de parceiros para os mais diversos fins: desde casar, fazer sexo e amizade.

O que me chamou atenção foi o facto de pessoas “comprometidas” enviarem mensagens para os programas interactivos de bate-papo, à procura de pessoas para afogar as suas mágoas ou para satisfazer as suas fantasias mais profundas, passo a citar algumas mensagens que tive oortunidade de ler: “sou casada, mas infeliz, carente e preciso de um homem sério para amizade séria”. Outra mensagem que vi dizia o seguinte: “sou casado, preciso de mulheres entre os 30-38 anos para momentos de prazer”.

Não cabe a mim ajuizar a conduta dessas pessoas porque cada ser humano tem livre arbitrío e as motivações para os factos descritos acima só podem ser encontradas conversando com os sujeitos do acontecimento. Porém, não deixa de me inquietar o facto de cada vez mais pessoas que vivem em união de facto ou casadas oficialmente exporem-se e até deixarem seu contacto (embora muitas das vezes não utilizem os seus contactos oficiais) à procura de pessoas para afogarem as suas mágoas, ou para satisfazer as suas fantasias. Uma pergunta me surge: será que alguma vez conversaram com seus parceiros sobre o estágio da sua relação? Porque recuso-me a acreditar que alguém busca outra pessoa seja para o que for, sobretudo em público sem ter motivos para tal.
Já ouvi dizer que o homem não trai a sua esposa ou namorada “à toa” (e vice-versa), logo traem por algum motivo, mas até ao ponto de “aparecerem” em público acho que é “dose”! Embora possam utilizar números de telemóveis não oficiais, as vezes acho que se ignora a hipótese de os seus parceiros ou outras pessoas próximas destes conhecerem ou terem acesso ao número de telemóvel supostamente privado?

O que dizer destes casos?

Nyikiwa.

Sunday, March 1, 2009

Bloguistas: do virtual ao real!

O encontro dos “bloguistas Moçambicanos” realizado no último Sábado na Cidade de Maputo, foi o primeiro de muitos encontros ainda por vir. O objectivo do encontro era o encontro real dos “bloguistas” que somente conheciam-se virtualmente até então.

Visto a maioria de nós desconhecer-se até ao dia do encontro, os que já tinham chegado (eu e a minha irmã Ximbitane) íamos tentando adivinhar a identidade de cada pessoa que chegava ao local de encontro.
Quando o Shirangano entrou, a Ximbi disse para mim:”este tem cara de ser Shirangano” e eu acenei afirmativamente com a cabeça. E não é que era ele? Entre telefonemas e mensagens, visto muitos bloguistas estarem atrasados, eis que surge mais alguém: Amosse Macamo, ou simplesmente “Modaskavalu”. Quando o Amosse chegou continuamos com as apresentações. A seguir chegou Chacate Joaquim e iniciamos uma brincadeira, a da adivinhação: “guess who am I”!
À medida que os demais bloguistas chegavam, a brincadeira repetia-se. Oh, Mutisse, acreditaste feito um patinho que eu era a Avid, kakakakaka...
Bom, sucedeu muita coisa no nosso encontro, mas não detalharei porque por um lado se eu contasse tudo não haveria espaço para descrever, mas por outro lado há pessoas indicadas para escreverem a crónica do encontro, e o que pretendo com este “post” é mostrar que o mundo virtual é mágico, mas o real é ainda mais fascinante.
No mundo virtual manda a imaginação, mas no mundo real notamos que as pessoas com quem convivemos virtualmente são de carne e osso e são tão pessoas quanto nós.
O mundo virtual tem o condão de nos fazer viajar e dar asas à imaginação. Representamos, idealizamos, pintamos e mascaramos pessoas e suas identidades, e quando elas estão próximas de nós não parecem as mesmas, porque as percepcionamos de modo diferente.
Apesar de termos sido submetidos à diversos processos de socialização, no final de contas temos todos uma coisa em comum: o compromisso com a verdade e a honestidade intelectual, por isso caros bloguistas, coloquemos todos os planos traçados em prática e continuemos a primar por uma postura imparcial. Parafraseando Obama: “YES, WE CAN”!

Sunday, February 15, 2009

14 de Fevereiro, dia dos namorados ou dia das modas?

Nas vésperas de 14 de Fevereiro de cada ano e na própria data, tem se assistido à uma decoração vermelha e branca das montras das lojas e é notória a afluência maciça de pessoas às lojas em busca de presentes para os seus (as) parceiros (as). Nada contra! Mas o que sempre me pergunto nessa ocasião é se as pessoas sabem qual é o motivo de Celebração de tal data e se “beberam do espírito da coisa” (como diriam os Brazucas) e inculcaram a mensagem que a data ou efeméride traduz?

Os comerciantes, alguns deles até podem conhecer o significado da data, mas a questão é obter lucros com a ocasião, nada contra também! Não sei quando é que em Moçambique se começou a celebrar a data, mas verdade seja dita se formos inquirir às certas pessoas porque é que 14 de Fevereiro é dia de São Valentim e por inerência dia dos namorados, podemos notar que algumas delas somente celebram a data porque os mídia falam dela, porque ouvem falar com outras pessoas, e porque é montado um aparato publicitário em torno da data. Essa questão remete-me para as modas. Já dizia Barthes (1967) citado pelo saudoso professor José Negrão no seu artigo” Repensando as Modas de Desenvolvimento Rural” datado de 1997 que a moda não tem lógica, tem poética e por isso apaixona, e é transportada aos mais recônditos lugares do mundo. Apesar de o Professor Negrão ter escrito sobre a questão de se repensar os modelos de desenvolvimento rural, creio que o problema que ele levanta em torno das modas pode servir para olhar para a azáfama que verifica-se a cada 14 de Fevereiro, porque quem não celebra o dia 14 de Fevereiro, não comprou presente para o seu parceiro (a), ou acha que é um dia como qualquer outro é visto como tendo ficado no lado frio da história.

Saturday, January 3, 2009

Mulher, um Objecto de Estudo Multifacetado

Muito se tem dito e escrito sobre a mulher. Existem estudos, revistas, programas televisivos e radiofónicos especializados em questões ligadas à ela. Mesmo no meio académico existem revistas desse cariz, como é o caso da revista estudos da mulher no Brasil.


Ultimamente em Moçambique assiste-se à feminização de quase tudo, desde feminização da pobreza, feminização do SIDA, feminização da violência, entre outras feminizações que estão para ser criadas ou já estão no prelo.

Tais revistas, programas radiofónicos e televisivos abordam algumas questões passíveis também de ser abordadas com relação ao homem, mas porque é que pratica-se tal femicentrismo?

A explicação mais frequente e quase que consensualmente aceite é a de que a mulher é frágil e oprimida pelo modelo patriarcal dominante na nossa sociedade. Será que o homem é essa besta-fera que tanto propalam? Não quero negar que a mulher é mais violentada e oprimida que o homem, mas será que já se procurou estudar a fundo o “monstro-homem”?

O modelo patriarcal efectivamente existe na nossa sociedade, mas já paramos para pensar que ele é produto do que homens e mulheres convencionaram como regras de conduta para os indivíduos que nascem num certo contexto sócio-cultural e até espacial e temporal? Os valores existentes numa sociedade não nascem num vácuo, são produto de construção humana, visto a cultura ser o traço distintivo entre o homem e os outros animais e o homem assim como a mulher perfazem o género humano.

Acordo Ortográfico (2)

Este artigo é o segundo que escrevo em torno do acordo ortográfico da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. No primeiro, eu dizia que achava que o Governo Moçambicano não devia ratificá-lo, visto sermos uma amálgama cultural e que devia olhar-se para as implicações que a ratificação desse documento poderia trazer. Felizmente, na minha opinião, o Governo Moçambicano ainda não ratificou o acordo ortográfico, embora eu desconheça os motivos de tal atitude.

Este segundo artigo nasce do facto de a partir de 1 de Janeiro do corrente e fresco ano de 2009, ter entrado em vigor o acordo ortográfico em alguns Países da CPLP. Moçambique, Guiné-Bissau, Angola e Timor-Leste são os Países que ainda não ratificaram esse instrumento e consequentemente, não adoptaram ainda as novas regras de ortografia.

Pelo que eu saiba as pessoas que estão circunscritas no contexto sócio-cultural que é a CPLP, jamais deixaram de entender-se por culpa da ortografia ora vigente no Brasil e noutros Países integrantes dessa Comunidade. Temo que com a entrada em vigor desse acordo ortográfico, talvez o “Português Brasileiro” perca a ginga que lhe é peculiar ou o Crioulo perca a graça que tem. Digo talvez porque não sei que orientação a nova ortografia tomará, ou quem adoptará de quem, uma vez que antes da sua ratificação se aventava a hipótese de todos Países da CPLP adoptarem a ortografia Brasileira ou o Português de Portugal.

Eu sempre me pergunto porque é que temos que ser todos iguais como se fossémos produto da mesma fábrica e da mesma série? A diversidade está condenada a morrer em nome da tão almejada globalização, que para mim é mais englobação que outra coisa porque nos estão a englobar nos seus sistemas culturais e financeiros à todo custo.



Nyikiwa

Friday, January 2, 2009

Falha do Sistema de Escolha Múltipla ou Falta de Preparação dos Alunos?

O presente artigo surge por um lado como fruto do interesse que nutro pelos temas relaccionados à educação e instrução, e por outro lado porque foram recentemente publicados os resultados dos exames da 12ª classe do sistema nacional de ensino. O índice de reprovações na 1ª época de exames da 12ª classe rondou os 70%, facto que me fez pensar em torno da problemática.

As explicações sobre os motivos do índice retumbante de reprovações gravitam em torno de três cenários, nomeadamente: uma avançada por alguns estudantes auscultados que atribui culpa ao sistema de avaliação baseado na múltipla escolha, introduzido no País em 2008. A segunda explicação é avançada pelo sector da educação que defende que os estudantes não prepararam-se devidamente para os exames, daí terem averbado muitas reprovações. A última explicação é dada pela Organização Nacional de Professores (ONP) que defende que o sistema de múltipla escolha impede os estudantes de mostrarem as suas reais capacidades, pois limitam-se a assinalar a alternativa que lhes parece correcta sem desenvolverem e mostrarem o seu raciocínio. Importa realçar que a posição da ONP sobre o sistema de avaliação baseado na múltipla escolha foi proferida antes mesmo da publicação dos resultados.

O meu interesse no presente artigo não é legitimar uma e outra posição das acima apresentadas, mas analisa-lás. A desculpa apresentada pelos estudantes parece-me “desculpa de mau pagador” ou se preferirmos “um macaco quando não sabe dançar diz que o chão é que está torto”. Recorri a estes dois adágios populares para mostrar que para mim os estudantes estão a justificar-se com base na história de Adão e Eva, pois Adão quando interpelado por Deus, disse que Eva é que o oferecera o fruto proibido.

A posição do sector de educação também alinha no mesmo diapasão da explicação dos estudantes, porém, importa notar que os nossos estudantes pouco ou nada fazem para terem bom rendimento escolar, apesar de muitas facilidades que têm a seu dispôr, tais como: a internet e bibliotecas na cidade de Maputo. Falo da cidade de Maputo porque a peça de reportagem que vi, fazia menção às pautas de exame publicadas nas Escolas Secundária Josina Machel e Francisco Manyanga.

A explicação avançada pela ONP a meu ver levanta uma parte do problema porque os exames de múltipla escolha limitam a capacidade dos estudantes de mostrarem o seu potencial, uma vez que o estudante dispõe em cada pergunta de quatro alternativas para responder à questão. Será que se continuassemos com o anterior sistema de avaliação os resultados teriam sido melhores? O que é que a 2ª época nos reserva? Esperemos para ver se a culpa do índice retumabnte de reprovações é do sistema de múltipla escolha recentemente introduzido nos exames do ensino secundário, ou falta de preparação por parte dos estudantes?


Nyikiwa