O presente artigo surge como continuidade do post anterior sobre Educação versus escolarização, mas desta feita pretendo levantar a questão de um outro jeito. Geralmente as pessoas quando são introduzidas ao contexto escolar levam consigo alguns saberes apreendidos mediante a sua socialização. Porém, quando chegam a escola são como que desarreigados dos seus conhecimentos e submetidos a uma nova ordem da qual o professor é o agente, uma vez que tudo por ele dito está correcto.
Algumas crianças aprendem a contar e a explicar coisas na sua língua materna, que pode não ser necessariamente a língua Portuguesa, mas chegadas a escola são terminantemente proibidas de expressar-se nas suas línguas maternas.
O ponto que pretendo levantar tem a ver com o facto de enaltecer-se os saberes da escrita em detrimento dos saberes orais. Sabe-se que África é um continente em que há grande predomínio da tradição oral, que tem estado a ser relegada para último plano. Como conferir muita primazia a escrita num País em que o grosso da população é não escolarizada? Não tenho algo contra a escolarização, porque até tive a oportunidade de passar por esse processo, mas acho que deve-se atribuir importância a uma grande fonte de saber, que é a oralidade. Concordo que por causa da globalização, que para mim é mais “englobalização” que tenhamos que abrir a porta para alguns processos, mas julgo que acima de tudo temos que saber fazer um casamento entre esses novos processos e os processos mais antigos.
Na minha opinião a oralidade e a escrita não devem ser dissociadas, mas vistas como duas faces do processo educativo.
Democracia interna nos partidos em Moçambique
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O nosso mal como moçambicanos, é sempre querermos apagar tudo que foi de
gestão no passado, incluindo o que foi bom.
Ora, do que lembro naquele tempo, as...
2 weeks ago