Saturday, January 3, 2009

Mulher, um Objecto de Estudo Multifacetado

Muito se tem dito e escrito sobre a mulher. Existem estudos, revistas, programas televisivos e radiofónicos especializados em questões ligadas à ela. Mesmo no meio académico existem revistas desse cariz, como é o caso da revista estudos da mulher no Brasil.


Ultimamente em Moçambique assiste-se à feminização de quase tudo, desde feminização da pobreza, feminização do SIDA, feminização da violência, entre outras feminizações que estão para ser criadas ou já estão no prelo.

Tais revistas, programas radiofónicos e televisivos abordam algumas questões passíveis também de ser abordadas com relação ao homem, mas porque é que pratica-se tal femicentrismo?

A explicação mais frequente e quase que consensualmente aceite é a de que a mulher é frágil e oprimida pelo modelo patriarcal dominante na nossa sociedade. Será que o homem é essa besta-fera que tanto propalam? Não quero negar que a mulher é mais violentada e oprimida que o homem, mas será que já se procurou estudar a fundo o “monstro-homem”?

O modelo patriarcal efectivamente existe na nossa sociedade, mas já paramos para pensar que ele é produto do que homens e mulheres convencionaram como regras de conduta para os indivíduos que nascem num certo contexto sócio-cultural e até espacial e temporal? Os valores existentes numa sociedade não nascem num vácuo, são produto de construção humana, visto a cultura ser o traço distintivo entre o homem e os outros animais e o homem assim como a mulher perfazem o género humano.

13 comments:

Ximbitane said...

Nykiwa, mais um assunto importante abordas, a feminizaçao do femenino. Pessoalmente, vejo neste modo operandis uma forma de dar espaço a voz da mulher.

Se olharmos, por exemplo para literaturas de a vinte anos atras, veremos que a mulher era evidenciada como alguem que esta atras do homem e nao ao seu lado, como acho que deve ser.

Infelizmente, este assunto da dinheiro e assistimos ao que vemos ultimamente: feminizaçao em todos os sentidos. Pessoalmente sou contra isso, pois ainda acho que o "bicho" homem é uma pessoa e nao esse montro que nos querem fazer passar. Com as suas manhas, claro esta mas quem é perfeito?

Unknown said...

Nykiwa, ha muito me questionei sobre isso, tenho um cunhado de Quilimane que em alguns momentos nos divergimos pois há coisas que para ele são normais e para é quase impossível i vice-versa portanto há coisas que pelo contrário inferiorizam a mulher que pessoalmente não preciso mencionalas.

Por exemplo quando dizem que o maior número de infectados pelo HIV são mulheres! numa outra margem afirmam que esses dados foram afiridas nos teste a mulher grávida! logo, dá para ver que não há proporcionalidade nesta comparação se não essas mulheres fossem iguais aos seus parceiros.

voltando ao tema, de facto as sociedades patriarcal são normais como as matriarcal pelo a sugestão nunca deve ser de optar por um modelo a universalizar. Ainda bem que é Nykiwa que levanta esta questão. BJs

Anonymous said...

Boas entradas a todos. Nyikiwa (dadiva), essa artigo ai parece uma dadiva e peras mas, vamos por partes. Ajude-me a compreender o que e sociedade? Qual a relacao, entre sujeito e sociedade? E depois, o que e sociedade patriarcal e o que e sociedade matriarcal? Tenho que so com essas respostas e que eu acho que podemos ter uma conversa profunda sobre o assunto, para alem das bandeiras de preferencia. Emidio Gune

Unknown said...

Caro Emidio Gune, convido lhe a (re)ler o último parágrafo do post da Nykiwa, para evitarmos debate supérfluo.sim, poque em tudo há premissas e uma vez estabelecidas! com elas devemos nos guiar.

O que eu percebo deste post da Nykiwa, é que por exemplo, o Lobolo é um valor cultural "produto de construção humana" portanto, é de facto problemático diabolizar este acto sem olhar para o seu valor axiológico. seria daí que encotrariamos a forma como o sujeito se constitui apartir das mediações culturais.

Pensa comigo

Anonymous said...

'O modelo patriarcal efectivamente existe na nossa sociedade, mas já paramos para pensar que ele é produto do que homens e mulheres convencionaram como regras de conduta para os indivíduos que nascem num certo contexto sócio-cultural e até espacial e temporal?' Li-o e bem, foi por isso que coloquei e mantenho as questoes anteriores, o que e isso de sociedade patriarcal, sociedade matriarcal? Ajude-me a encontrar essas premissas que menciona e que nao consegui identificar. Quanto a sua percepcao sobre Lobolo nao encontrei nada similar no texto da Nyikiwa, e no dialogo escrito nao levo jeito para julgar intencoes nao escritas. Ainda estou por perto. Emidio Gune.

Anonymous said...

Caro Chacate, mais uma perguntinha, para si o que seria um debate superfluo? Emidio Gune

Unknown said...

Ok, estou por perto Gune só que um pouco oucupado mas volto ja ja

Ximbitane said...

Humm, sera uma sindrome qualquer? A do critiquismo ou criticismo ou la o que seja, que paira no ar? Para bom entendedor, meia palavra basta

Anonymous said...

Caro Emídio Gune, a nossa discordância não é pela sua curiosidade que aliás, pode ser legítima, só considero uma atitude aventureira, interpelar num debate sem pelo menos ter noção do que se está a debater! Então, para que de facto avacemos no nosso debate proponho que o ilustre Gune mostre qual é a noção que tem de Uma Sociede (Patrilinear e Matrilinear)? Nem que seja por hipótese. Aliás, essa seria uma das premissas para fazer parte de um debate sobre um determinado assunto!

Veja que a Nykiwa não propõe um estudo das sociedades (que pode já haver muitos estudos sobre elas) em sí, mas do homem (masculino), tal como tem acontecido com a mulher (feminino) que é tido como objecto de estudo ao ponto de feminizar quase todos os fenómenos sociais das sociedades em que ela está inserida Se estivessemos a querer estudar as clãs, sociedades (Patrilinear ou Matrilinear) serião indispensável estas difinições. Mas para o bem do debate sacudamos então apreguiça.

Na enciclopédia livre consta que Um homem é um ser humano do sexo masculino, animal bípede da família dos primatas pertencente à subespécie Homo sapiens sapiens. Menino é termo usual para uma criança humana do sexo masculino e os termos rapaz ou moço para um macho humano adolescente ou jovem adulto. O termo Homem, com inicial maiúscula, pode ser utilizado ainda para se referir ao ser humano de maneira geral, seja ele homem ou mulher. O ser humano por sua vez é o efeito da combinação de três elementos o biológico, a imagem do corpo e o uso da palavra (Cultura) para a sua comunicação” BETTS J.

Cultura Na antropologia contêmporânea de Claude Lévi-Stauss designa um conjunto de normas colectivas não só como também mantém um outro sentido do conceito, o requinte individual que distingue um indivíduo dos seus semelhantes CLÉMENT, Élisabeth et. al.( 1994: 80)

Assim estamos acaminhar para a resposta cabal do que Emídio questiona “como é que se processa a relação individuo (sujeito) e sociedade”? é por isso que vou citar este parágrafo do MAZULA Brazão (1995:53) “ ... a relação do Homem com a Natureza, com o outro Homem e a Sociedade, é uma relação de trabalho, que é uma relação mais abrangente que a relação de podução. Daí que a relação do Homem-Sociedade-Homem (...) seja fundamentalmente uma relação de trabalho porque ao mesmo tempo que ela se dá e na medida em que se dá, ela é humanizada. É humanizado o trabalho. São humanizadas as relações de trabalho. Na medida em que a Natureza é transformada pela acção do homem, este torna-se transformador, é transformado. É Assim que o professor que educa é, ao mesmo tempo educado. É assim (...) que dessa relação operativa, que gera cultura” Portanto é dentro deste contexto de ideias que a Nykiwa mostrando a posição não isolada do homem sugere que também seja um objecto de estudo em sí. E eu sustento a posição desta referindo me ao lobolo em jeito de exemplo para o Emídio compreender que o homem (masculino) não o faz pelo seu belo prazer ném a mulher (feminino) ao o aceita por acaso mas já foi referenciado como uma prática que aprior torna a mulher o sexo fraco, objecto, producto ou mercadoria que o homem uma vez que a diquiriu pode fazer o que lhe apecer com ela. Não obstantes poucas mulheres aceitarem viverem, casarem (Relegioso ou Jurídico) com seus pares sem antes fazer o lobolo.

Já viu Gune? A Nykiwa acha que em vez de diabolizar o homem até em alguns momentos ameiçar (feministas radicais) acabar com a família (sociedade) porque apoia o homem a explorar a mulher, seria bom procurar estuda-lo tal como a mulher é estudada no seu contexto cultural. Só. Isto é, o debate seri inútil indo pela via de definir sociedades (paterlinear ou matrilinear), mulher por aí fora poque isto já foi e esta sendo estudo pertinente agora é o homem no seu contexto cultural.

Quanto ao seu passivismo no debate escrito prefiro não comentar.

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i-Nykiwa questiona se assim, “Será que o homem é essa besta-fera que tanto propalam? Não quero negar que a mulher é mais violentada e oprimida que o homem, mas será que já se procurou estudar a fundo o “monstro-homem”?

Anonymous said...

Ximbitane, parece que a falta de criticismo e o servintilismo agudo ja fez nos adoptarmos escolhas multiplas e companhia que resultaram em taxas de reprovacao jamais vistas. 'Para bom entendedor, meia palavra basta'. Caro Chacate, 'Então, para que de facto avacemos no nosso debate proponho que o ilustre Gune mostre qual é a noção que tem de Uma Sociede (Patrilinear e Matrilinear)?' Agora e minha vez de sugerir que releia a partir do meu primeiro comentario. Eu questiono os conceitos matriarcal e patriarcal, este ultimo usado pela Nyikiwa, e nao matrilinear e patrilinear como sugere. Como ve, a assumpcao de sabermos o que sao as coisas sem conceitualiza-las leva a coisas dessas pensar como sinonimas coisas totalmente diferentes, e la vamos discutindo se e patriarcal ou nao. Insisto, antes de discutir se e patriarcal precisamos perceber o que significa esse bichinho de estimacao chamado patriarcado, ai sim saberemos o que estamos a debater. Ja agora, e na brincadeira das citacoes, Spiro (1998) apresenta um conceito bem mais contemporaneo de cultura. rs rs rs... Emidio Gune, e o seu passivismo no debate escrito.

Anonymous said...

Continuem cavalheiros, o debate promete! Obrigada por o fazerem no meu blog!

Nyikiwa.

Unknown said...

"Ja agora, e na brincadeira das citacoes, Spiro (1998) apresenta um conceito bem mais contemporaneo de cultura."

E Daí? qual é esse conceito conteporânio do Spiro (1998)? Yent! para evitar perguntar o que é contemporânio prifiro parar por aqui. Emidio Gune,para outras situações como ninguém é dono do saber, coloque as coisas na mesa e confrontemos as, porque bem afirma, o que parece não é. o que você entende de matriarcal e patriarcal e a possível diferêrença já agora do Patrilinear e Matrilinear respectivamente (tendo enconta a violência a que a mulher está sujeita). reitero a relevância das nossas questões... aquele abraço

Ximbitane said...

Ops, Emidio, nao haverá radicalismo na comparaçao com os resultados dos exames? Epa, isso poe em causa a nossa propria formaçao! E olha que somos os tais do contra, a sua eloquente presença/abordagem é prova disso.

Acredito que muitos -ismos derivam de certas atitudes nossas, mas nao se trata de queimar uma machamba por causa de 2 ratos, isso se faz, que eu saiba nos canaviais. Estamos no mesmo barco?